terça-feira, 20 de novembro de 2012

FALTA BOM SENSO, RESPEITO. FALTA BERÇO

Logo cedo desta terça, 20, fomos surpreendidos pelo falecimento de um empresário em João Pessoa. O nosso leitor deve estar indagando qual o motivo de sermos surpreendidos. É que alguns colegas de rádio e tv, na ânsia de divulgarem a tragédia, como é de costume, não tiveram o mínimo de respeito, moral e ética para com o assunto. É que a morte do empresário, segundo os primeiros informes, teria sido um suicídio. É sabido por todos, ou deveria ser, que o suicídio não se divulga pelo fato de servir de mola propulsora para pessoas que possuem propensão ou que 'ventilam' tal possibilidade. Outro fator para se evitar a divulgação do suicídio é o respeito à família envolvida que sente o fato como se fosse um "desmoronamento" na vida de todos envolvidos. Existem alguns níveis de morte se é que podemos definir assim. Quando há um familiar doente, hospitalizado em estado grave, já com idade avançada ou coisas semelhantes há uma aceitação menos traumática caso ocorra o falecimento em decorrência. Até mesmo quando acontece um acidente com internação hospitalar, pode-se sentir uma certa resignação caso haja uma morte posterior. Mas quando há um suicídio, a aceitação não ocorre e momentos de revolta passam a perturbar todas as pessoas envolvidas. É de se entristecer com o quase desespero de alguns apresentadores de tv, radialistas, jornalistas em geral que correram para divulgar o acontecido, na manhã desta terça, desprovidos do senso humano de respeito ao próximo e aos familiares do empresário que faleceu após queda de um edifício em Manaíra. Mesmo alguns tendo o cuidado de levantar a dúvida se teria sido suicídio ou não, há de se reprovar a divulgação. Mesmo porque não acreditamos nessa dúvida. O diálogo foi usado como uma 'névoa' de disfarce somente para fazer a divulgação, o sensacionalismo, como se não soubesse da motivação da morte. Quando não se tem a certeza do fato e, ou dos motivos de um fato, o bom e correto jornalismo nos ensina que não se deve conjecturar. Baseando-se em conjecturas, em suposições já estamos vendo e ouvindo o bastante pelos microfones, teclados, pelas câmeras da nossa sofrida imprensa. Pelo respeito ao próximo, pelo bom senso, pelo fato de o suicídio ser o maior atentado contra a vida, que nossos colegas possam se conter em seus mais primitivos instintos no propósito de evitar a divulgação e o sensacionalismo quanto a este tipo de cessação da vida.

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