quarta-feira, 23 de outubro de 2013

CERTO E ERRADO, ÉTICO E MORAL, LEGAL E LEGÍTIMO

Quem sintonizou a Arapuan FM nesta quarta, por volta do meio dia, pode ouvir a discussão entre o certo e o errado, entre o legal e o legítimo, o ético e o moral. O condutor do Rádio Verdade, Nilvan Ferreira, debateu com seu colega Petrônio Tôrres, o Pepê, a respeito dos gastos pessoais, bem pessoais, da granja do nosso governante estadual. O processo que está sendo julgado pelo Tribunal de Contas da Paraíba foi a pauta. Nilvan defendeu que gastos pessoais não deveriam ser bancados com o dinheiro público enquanto Pepê fez seu papel de fiel escudeiro do rei. Pepê tentou de todas as formas, em alguns momentos alterando a voz, defender para milhares de ouvintes, pessoas comuns, que o dinheiro público está à disposição dos governantes como se isso fosse legítimo. Pepê tentou até, de forma desesperada e sem argumentos, pedir que Nilvan criticasse o gasto que o senador Cássio fez, sabe-se lá quando, com um jantar no valor de 7 mil reais. Pepê fez o que pode para procurar encontrar respaldo até no vento para afirmar que enxoval de criança pode ser custeado pelo dinheiro nosso de cada dia. Nilvan talvez tenha esquecido um argumento: o que um erro nunca, nunca mesmo, pode servir de respaldo para servir de atenuante para outro erro. Se governantes anteriores ao atual erraram, que sejam punidos pelo erro. Se não foram, o erro foi de quem não julgou ou julgou errado. Mas o que acontece na nossa província, dependente dos desejos quase intocáveis dos seres supremos, é a falta de indignação e a coragem para demonstra-la. Nilvan teve, e revelou sua indignação. Ficamos tristes com a falta de argumentos e destempero de Pepê. Isso ela não aprendeu nas cadeiras da UFPB. Talvez esqueça ele que boa parte dos ouvintes possuem discernimento. Nilvan e Fernando Braz tentaram, tentaram, tentaram demonstrar ao nosso colega Pepê que enquanto foram gastos 20 mil reais num enxoval para um bebê, muitos paraibanos, naquele momento, não tinham almoçado ou até tomado seu café da manhã. Vamos mais além. O enxoval não custou apenas 20 mil reais. Está custando muito mais. Está custando o trabalho de todo um TCE que se debruça sobre análise de contas de um enxoval, quando poderia estar despendendo energias noutros processos. Quantas horas de trabalho, quantas lâmpadas ficam acesas, quanto papel é gasto, quantos cartuchos de impressora secaram até o dia do julgamento? Tudo isso é dinheiro, e dinheiro público que poderia estar sendo economizado. Mas pra que tanta indignação de Nilvan ou Braz, do ouvinte, ou mesmo nosso? Enquanto houver uma conformação com um gasto, por mais irrisório que seja, não teremos condição de criticar os mensaleiros ou ou que arrastam milhões mundo afora. Enquanto fecharmos os olhos para uma diária paga sem uma devida comprovação, que moral teremos para achar ruim a construção de um estádio milionário para a Copa? A questão Pepê, não é que pro nosso rei tudo é proibido. A questão é a perda do horizonte entre o certo e o errado, o ético e o moral, o legal e o legítimo. Simples assim. Assim como seria a prática do bom jornalismo de apenas informar e informar o certo. Estamos de olho!!!

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