sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

PAUTEIRO NÃO. PRODUTOR

Anos atrás os jornalistas que eram responsáveis por reunir todas as informações numa folha de papel; pauta, para que o repórter pudesse desempenhar sua função mais seguro, eram chamados de pauteiros e ninguém chiava. Todo mundo cumpria sua obrigação e existia um chefe que cobrava inclusive, fiscalizando as pautas para cobrar melhorias. Mas o que vemos hoje? Muitos estagiários ou focas entram na redação, saídos do Curso de Comunicação, já com cara de quem sabe tudo e na realidade ficam telefonando e olhando para o chefe, perdidos, dizendo que não conseguiram contato com tal e tal pessoa. Além disso, recusam a nomenclatura de pauteiros. Querem ser chamados de produtores quando na realidade não produzem nada. Apenas passam para o papel algumas informações do endereço e do nome do possível entrevistado além do assunto referente. Isso não é produzir. Não dá nem pra conceituar coisas desse tipo. Mas ai de quem não os chamar de PRODUTORES. Além do mais o que se vê, muitas vezes, são cópias de releases, transcrição de endereços que não existem e nomes de pessoas as quais não foram contatadas, previamente, com o intuito de darem entrevista no local. Algumas equipes de externa saem, procuram e nada encontram retornando para a emissora com a frustração na cara. Mas ai de quem não chamar os juntadores de dados de PRODUTORES. Produtores de quê? De perda de tempo? De pauta é que não são. O pior é que em algumas emissoras não existe a figura do chefe de redação capaz de fiscalizar e cobrar eficiência. Muitos estão interessados em garantir seus empregos e para isso não desempenham suas funções como manda o figurino por puro medo. E assim caminham algumas redações daqui de João Pessoa. Não precisa nem nomear quais, pois o resultado revela a falta de preparo e de criatividade. Estão presos ao feijão com arroz sem tempero. O gaiato de plantão deste blog grita lá da copa: tem redação daqui que quando eu entro tenho vontade de ligar pro Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente. Parece até uma creche. Estamos de olho!!!
Exemplos de pautas que são “produzidas” em redações da nossa capital.
Pauta 1
Retranca: Roubo/casa
Endereço: Rua Projetada nos Novais
Falar com dona Maria. A casa dela foi roubada ontem.
Pauta 2
Retranca: Nem tem
Endereço: Depois de entrar no Valentina dobre na segunda rua e depois pergunte na Farmácia pelo seu João que vai levar a equipe até o local.
Pauta 3
Retranca: Carnaval
Vá na Duarte da Silveira e registre o desfile. Faça sonoras com a população e principalmente com o governador e o prefeito.

11 comentários:

Anônimo disse...

a retranca carnaval ta errado o nome esta CARNVAL.

Anônimo disse...

Tá aí uma postagem digna. Concordo plenamente!

Anônimo disse...

"...MAIS ai"...
"...contatadas com o INTUÍDO"...
"MAS AI..." (de novo).
BF, BF, parece que vocês estão se contagiando.

Assis Tinno disse...

Galera do BF: Nomes, nomes. Ficou parecendo artigo de Anco Márcio, que omite os nomes e se aplica a qualquer redação do país.
Norma do jornalismo:
Quem?
Os pauteiros. Quem? Quem?
E de onde?
Das redações? De onde? De onde?
Generalizou e colocou no mesmo saco os bons produtores/pauteiros que ainda existem, como Roberta Matias, Verônica Guerra e outros.
NOMES, por gentileza!
O meu é Assis. Assis Tinno e de olho.

Equipe do BF disse...

Erros devidamente corrigidos. Obrigado caro leitor.

Anônimo disse...

Esses produtores realmente se acham. E eles falam com o pessoal de assessoria com um ar de superioridade que não tem tamanho. Engraçado é que eu já trabalhei em redação e não quero voltar por causa dos baixos salários. Tenho um salário excelente em assessoria, mas eles é que sabem e podem tudo. Ninguém merece.

Anco Marcio disse...

Eu omito nomes porque aqui são todos "não me toques" e ficam fazendo beicinho.E mesmo,não tenho tempo,nem saco pra estar respondendo processo.Escrevo pra gente inteligente que sabe ler nas entrelinhas,,,

Anco Marcio disse...

Essas tais "normas" do jornalismo,"Que," "quando","porque" e "onde" estão super superadas.O importante é que o o texto seja claro,conciso e se faça entender.N se pode escrever dentro de formulas,moldes,modelos.Ou vc prefere que se faça um formulario para se responder?Essas chamadas normas,regras,formulas,são do tempo da maquina de escrever...Jornalismo moderno é muito mais opinativo...

Carla Arantes disse...

Concordo plenamente com vcs. Mas não culpo quem trabalha e, sim, quem contrata, que quer pagar "salário" de R$600,00. Não dá pra ter qualidade assim...

Anco Marcio disse...

Não é desculpa,Carla.Quem aceita sabe quando vai ganhar,Portanto não é motivo para fazer mal feito por que ganha mal...Depoẽ contra quem faz e não contra quem paga...

Jorge Machado disse...

Acho que o problema já começa durante o curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo - rsrsrs!!! Estudei com alguns colegas que, quando o professor pedia para que eles tirassem, de um livro de Jornalismo composto por 250 páginas, por exemplo, cópias da página 1 até a 20, eles, literalmente, faziam cara feia!!!! Como fazer um curso como o de Jornalismo sem ler? Sem ter as noções básicas do que é um lide, sem seguir as orientações de quem fez história no Jornalismo brasileiro, e ainda faz, de como se construir uma boa reportagem? Não tenho a menor dúvida de que, para o exercício da atividade jornalística, é necessária muita teoria, teoria mesmo. Discordo até de alguns mestres, como o José Marques de Melo, que acredita que as faculdades de Jornalismo deveriam investir mais em atividades práticas. Opinião publicada em um artigo da Revista Imprensa!!! Não adianta chegar ao mercado despreparado, com a mera ilusão de que vai aprender tudo na prática. Tem gente que acredita assim e, simplesmente, não consegue evoluir!!! Continua fazendo aquele feijão com arroz de água e sal, sem verdura e sem charque!!! Como conseguiram passar na entrevista feita pelo pessoal do RH (Recursos Humanos), gente que não entende nada de Jornalismo, ou quase nada, se acham o máximo (eles, os que se dizem produtores), chegando inclusive a criticar profissionais que já têm uma história consagrada, achando que uma passagem sensacional feita pelo genial Marcelo Canellas, da Rede Globo, não é lá essas coisas!!! Esse é o motivo - ou pelo menos um deles - pelo qual estamos assistindo a um espetáculo que,se chamarmos de circense, iríamos estar ofendendo a quem pratica esta arte tão tradicional, digna de respeito!!! Não como Jornalista, mas como cidadão/telespectador, espero que essa má fase em que se encontra o nosso telejornalismo passe!!! Na cabeça de alguns colegas, faltam humildade e inteligência!!! Quem não tem humildade para colocar estampado na camisa: "COMO ESTOU TRABALHANDO?", de pedir a opinião de quem já tem mais experiência, simplesmente trava, anda pra trás, feito caranguejo...