sexta-feira, 8 de março de 2013

ESQUECIDAS NO 8 DE MARÇO


Em pleno tempo de estiagem, seca, sofrimento, falta d'água, morte do gado e da plantação, no sertão brasileiro e mais especialmente no sertão paraibano, nossas tvs primam em homenagear suas próprias apresentadoras e figuras de expressão "vip" do nosso estado. As produções jornalísticas correm para o mais fácil, mais rentável, mais recomendável para os chefes de plantão. Que trabalho há em colocar suas próprias funcionárias dentro do próprio estúdio para gravar uma mensagem dessas desbotadas de tanto que se reproduzem nos emails e nos faces? Nenhum, respondemos nós. Que há de extraordinário em colocar representantes de classes abastadas como fez o JPB2 durante esta semana. Um telejornal tão miúdo que não passa dos 15 minutos de produção, com todo o estado nas mãos pra repercutir, se dando ao luxo de fazer praticamente um "documentário" com mulheres que em quase nada representam a alma paraibana em um ano em que o sofrimento da mulher sertaneja fez até cristãos duvidarem que Deus estava vendo tudo. Até onde focam as lentes das câmeras das nossas pobres tvs? Não saíram do litoral. Esqueceram a alma sertaneja que sofre com a falta das chuvas. Os "produtores", em vez de mostrarem pessoas com discursos pré-fabricados, deveriam ter revelado a mulher que, entre paus e pedras, barreiros e cisternas secas, carregam suas famílias enquanto seus homens perdem as esperanças. Os "produtores" das "lindas" mensagens, no dia da mulher, deixaram esquecidas as mulheres que não existem para as câmeras e para os governos. Esquecidas estão. Esquecidas serão.

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