EFEITOS DA COMUNICAÇÃO

Não é de hoje que percebemos alguns colegas se posicionando como insubstituíveis diantaç do microfone ou de uma câmera. E o pior é que esse sentimento não aparece apenas nos que possuem um certo grau de maturidade na profissão. Não. A autoconfiança, o egocentrismo e até o tão falado estrelismo andam infectando alguns colegas novatos no jornalismo revelando um despreparo e um certo nível de desrespeito para com os que compõem as equipes que os acompanham. Repórteres que rejeitam a rua no intuito de cravar um espaço no estúdio como apresentadores, focas que somente por conseguirem veicular sua primeira passagem já encaram colegas como inferiores, radialistas que mesmo após anos de dedicação, acreditam ser a razão da audiência que alcançaram e por aí vai. Alguns comunicadores chegam até a trocar de empresa sem ao menos se despedirem dos que até ontem dividiam seu cotidiano. Infelizmente bons repórteres quando conseguem por um motivo ou outro desfrutar do ar refrigerado dos estúdios, na substituição de algum colega apresentador, são acometidos de desvarios comparados a "plebeus que alcançaram o trono" sem o devido preparo para tal. Quando trocam de empresa conseguem fechar portas em vez de providenciar que elas estejam sempre abertas, se 'embriagam' de promessas astronômicas como se a distância entre uma emissora e outra se resumisse apenas ao tamanho da rua ou do quarteirão que atravessam. Acreditam que um bom salário possa representar o sucesso que pretende alcançar ignorando outros mil detalhes necessários à concretização desse mesmo sucesso. Felicidade que dura poucos dias ou semanas. O sucesso no mundo da comunicação vai bem além de um holofote, uma câmera ligada, um microfone na mão. Repórteres, apresentadores, comunicadores aparecem aos montes e alguns até conseguem fazer bonito de entrada, mas não conseguem se perpetuar. Falta alicerce que só se constrói com anos e anos de dedicação. Hoje vemos verdadeiros foguetes que sobem e não conseguem se manter em órbita por falta de combustível. Caem quase na mesma velocidade que sobem. Um ou outro consegue ouvir elogios sem se inebriar usando a devida balança do bom senso. Muitos acreditam que aquele dia iluminado se repetirá seguidamente. A iluminação vem e pode até se perpetuar dependendo apenas da capacidade da usina geradora. O combustível dessa usina? Estudo, leitura, humildade, sensatez e principalmente espírito de equipe muitos profissionais e até dirigentes não conseguem implantar ou despertar em seus comandados. Estamos de olho!!!