quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
MEDO JORNALÍSTICO INSTITUCIONALIZADO
Uma preocupação nos toma conta. O futuro dos nossos colegas jornalistas, cada dia que passa, parece estar no fio da navalha. Como qualquer leigo sabe, os males da depressão, do estresse, da pressão alta são sintomas que se somam e provocam reações com o passar do tempo; em anos de somatização. Baseados nessas constatações é que alicerçamos nosso medo. É que, diariamente, ouvimos e vemos muitos colegas nossos relatando notícias e fazendo seus comentários deixando "transparecer", pela voz e pelas feições, que não se sentem seguros quando deixam escapar alguma crítica aos governos constituídos nos nossos municípios e principalmente no estado. Diariamente ouvimos coisas assim: a violência está tomando conta do nosso estado, (colado com essa frase vem a revelação do medo) apesar de todo esforço da segurança e do governador. E tem mais assim: a sociedade está com medo, mas acreditamos no trabalho que vem sendo desenvolvido no estado que vem reduzindo os índices de criminalidade. É o medo "jornalístico" cada vez mais pensando nos dividendos que podem ser angariados. É o medo de cobrar do governante de plantão, ou até mesmo ferir a figura do governador e de alguns de seus secretários. É o medo do patrão chegar no pé do ouvido e dar um sermão por causa da verba da Secom que está por vir. É o medo de alguma ligação de algum desafeto jogando no ar as assessorias escondidas. É o medo instalado e institucionalizado. É tanto disfarce, no ar, pra não raspar nos detentores da caneta da Secom que dá pena ver e ouvir certos comunicadores desprovidos de senso crítico e mesmo de qualquer moralidade. É o jornalismo cada vez mais tendencioso e patrocinado, e assim se firmando, cada vez mais longe do que é o jornalismo. Estamos de olho e com pena daqueles que, se amanhã perderem o emprego, descobrirão que são apenas coisas descartáveis. Os ex-Paraíba FM sabem disso.
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