quarta-feira, 14 de setembro de 2011
TRIBUNAIS DA IMPRENSA PARAIBANA
Como classificar parte da nossa imprensa que se mostra
indignada com julgamentos de políticos somente porque esses políticos não fazem
parte do seu rol partidário? Como classificar parte da imprensa que toma o
lugar de juízes e julgam assumindo explicitamente o lado mais sombrio do
jornalismo que é o de tendência político-partidária? Esperamos o final do
julgamento do prefeito de Campina para nos pronunciar não sobre o julgamento,
mas sobre as pressões tendenciosas de alguns colegas de profissão que insistem
em definir, por meio de seus textos, o resultado de processos ainda em
andamento. Não somos inocentes de achar que opinião não seja dada, mas do jeito
que vem sendo postada em blogs e sites dá até medo do que ainda possa sair das
cabeças induzidas dos nossos colegas. É ataque contra Juiz que falou, ataque
contra Juiz que ainda não se pronunciou, ataque contra Tribunais, ataque contra
ataque e por aí vai. Nesta terça após a votação que inocentou Veneziano, no TRE-PB, chegamos a nos espantar com expressões relatadas pelo nosso colega Luís Cabelodetoldo Torres em seu blog, que usou palavras,
praticamente, de revolta com o resultado. Termos como “dois pesos e duas
medidas”, “corpo mole”, “TRE vira ameaça para Ricardo Coutinho”, “desembargadores
fizeram vistas grossas”, foram utilizados num texto que de analítico não tem
quase nada. Alguém desavisado pode até estar pensando que elegemos o blog do
Luís para “judas”, mas após visitar os demais blogs e sites políticos esse foi
o que mais se despiu da prática jornalística. Até consideramos Luís corajoso,
pois ele se mostra enquanto outros tentam disfarçar mesmo usando uma cortina
fina. E assim vai se construindo um jornalismo em nosso estado que está muito
além do objetivo de informar e opinar, mas sim em revelar e tentar impor
posicionamentos que podem interferir nos destinos do próprio jornalismo, hoje tão
atrelado a partidos e políticos situacionistas e oposicionistas. Tudo isso nos parece mais
um carrossel de poucas cadeiras entre as quais alguns estão confortavelmente
sentados, outros olhando esperando alguém cair para assumir a vaga e outros
tantos só no picadeiro fazendo coro de torcida organizada. Estamos de olho e
envergonhados com a nossa categoria.
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Um comentário:
Os jornalistas sérios deste pobre Estado estão trabalhando em silêncio, fazendo um trabalho honesto, sem favorecer A ou B. Já a outra parte da imprensa, a que mostra mesmo a cara, vai pra briga, peita e defende a ferro e fogo seus candidatos. É vergonhoso e preocupante saber que o profissional que deveria estar pautando obras, não passe de um mero especulador que vive ás custas de verbas públicas
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