DE VACA DESCONHECER BEZERRO

Os acontecimentos dos últimos dias serviram para termos mais uma constatação: com pouquíssimas exceções a imprensa paraibana não tem vida própria, não possui opinião fixa, não tem fôlego. É como se vivesse numa eterna UTI sobrevivendo e apelando por visitas médico-políticas que mudam de medicação constantemente e com essas mudanças também mudam os posicionamentos, as ideias, as opiniões. Meses atrás Luciano Agra era tudo de bom e era o melhor prefeito de João Pessoa. Hoje é considerado um traidor e apenas um cara que pegou a casa arrumada só pra tirar a poeira. Antes era um técnico de amplo conhecimento sobre a nossa cidade e capacitado para administrar a capital paraibana. Hoje é tão somente um cara qualquer que só está onde está por causa da vontade caridosa do governador. Vergonhoso ouvir a 98FM, ontem, no momento em que nosso colega Fabiano Faltando Gomes se declarava profundamente sentido com o momento delicado por que passa o governador do estado como se este estivesse precisando de um colo pra tentar superar os últimos acontecimentos políticos na nossa cidade. Isso tudo se referindo ao suposto afastamento abrupto do ex-prefeitável Nonato Bandeira e da meia jogada no ventilador pelo prefeito de Jampa. A comoção revelada pelo radialista quase nos fez ligar para a rádio a fim de lançar a campanha/rastag: #ajudeomagoadormir. Mande uma mensagem de acalanto para... É assim que caminha nossa imprensa: navegando de acordo com os ditames políticos diariamente como se não houvesse outro assunto pra discutir. Como se não houvesse coliformes fecais e agrotóxicos na nossa água de todos os dias. Quem não abre a boca durante um banho que grite agora ou cale-se para sempre. Como se todo dia não morresse gente nas periferias. Como se as nossas escolas fossem um paraíso para os estudantes. Como se a Paraíba fosse o jardim do Éden e que somente os políticos, que são os maiores responsáveis por todas as misérias, tivessem vez e voz nos nossos meios. Fabiano é apenas um deles. Outros mais existem de paletó e gravata por aí tentando revelar na fala e nos gestos o que a alma não está imbuída. Daqui pra sábado muita “água vai rolar por debaixo da ponte”. Pena que é um tipo de água mais contaminada que a da Cagepa. Estamos de olho!!!