CONCURSO DA CÂMARA MUNICIPAL I

Há quem diga que as redações de João Pessoa estavam todas vazias, domingo passado, durante o concurso da Câmara Municipal de João Pessoa. As três vagas para Consultor em Comunicação Social (alguém já ouviu falar sobre essa função?) atraíram quase todos os profissionais da área do nosso estado formados em Comunicação Social/Jornalismo. Foi tanta gente que em alguns momentos, pelos corredores do velho colégio no bairro de Jaguaribe, mais parecia uma confraternização entre colegas de profissão. E nós do Bucho Furado estávamos lá afinal uma boquinha como a da Câmara Municipal de João Pessoa não faz mal a ninguém. Que tal trabalhar de segunda à sexta apenas, com salário razoável para o mercado e com todos os feriados e fins de semana em casa? Sonha Bucho. Voltando ao concurso, uma das questões que mais nos causou inquietação foi o disparate do organizador em colocar a seguinte questão: Uma frase do poeta Carlos Drummond de Andrade, muitas vezes repetida nas redações, sintetiza uma prática muito comum aos jornalistas de TV. Disse o poeta: “Escrever é cortar palavras. Arriscamos dizer que 99% dos jornalistas ou nunca ouviram essa frase ou nunca usaram nas redações. Esse disparate, na prova, tem cara de algum professor que tenta empurrar na cabeça dos seus alunos pra ver se a frase repercute no mercado. Se tivessem o cuidado de trazer para a nossa realidade bem que podiam dizer que praticar o jornalismo na Paraíba, com poucas exceções, é a arte de contar meias verdades. Será uma arte mesmo? O gaiato do blog grita lá da copa: é arte sim, daquelas que a mãe da gente brigava com a gente: deixa de fazer arte menino. E sempre era algo errado. Estamos de olho!!!